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Foto do escritorJonas Silva

Nossa Primeira Cicloviagem

Viajar faz parte da nossa vivência e do estilo Fora da Tribo, entretanto, a viagem de bike é algo recente. Sempre desejamos viajar por longo período, um ano, dois anos, talvez cinco anos, mas nunca havíamos pensado que seria dessa forma.

Mulher expressando felicidade em uma cicloviagem pelas estradas sinuosas do interior
Curtindo a cicloviagem feliz estrada

Quando a cicloviagem entrou em nosso radar, logo planejamos algo mais curto que pudesse ser realizado em poucos dias para entender, principalmente, a dinâmica da bike carregada. Já estamos acostumados acampar, fazer trekking, pedalar, mas com a bicicleta sem peso. Resolvemos fazer um trajeto de três dias próximo a Ponta Grossa, no Paraná, onde residíamos naquele momento.


A preparação para a cicloviagem

Sem dúvida foi um desafio planejar cada período do dia, pensar em locais possíveis para dormir, para coletar água. Sim, coletar água. Na cicloviagem não levamos todo o volume de água para o dia, carregamos apenas o necessário até o próximo ponto de coleta. Sempre buscamos reduzir o peso ao máximo. Para complicar, as longas horas de pedal e o sol inclemente fazem o consumo de água aumentar muito.

Casal curtindo o momento as margens de um movimentada rodovia no Brasil
Felizes pela primeira vez na estrada em cicloviagem

Com Maps aberto e anotações de outros apps a rota foi sendo traçada, sairíamos de Ponta Grossa pela rodovia e depois por uma estrada rural seguiríamos até outra rodovia para rodar mais um pouco e então novamente cruzar para a Rodovia do Café e retornar a casa.

Já havíamos comprado alforges e bagageiros, apenas precisamos adaptar algumas bolsas e amarrar coisas do lado de fora dos alforges. O equipamento de camping e as roupas eram as mesmas de tantas trilhas anteriores.

Controlar a ansiedade não foi tão difícil, afinal era uma saída de três dias e se algo desse errado não estávamos tão longe. Foi só esperar o dia chegar.



A cicloviagem em três dias

Eram 06:00 da manhã do derradeiro dia da Independência de 2023, já estávamos acordados e com a tralha pronta do dia anterior.

Como lemos nos livros de cicloviagem parece ser a sina dos cicloviajantes atrasar a saída, e com a gente não poderia ser diferente. Para colocar as coisas na bike e dar aquele confere final gastamos duas horas e só saímos depois das 08:00.

Pedalar pela cidade, nos trechos retos e subidas não foi difícil, talvez o descompromisso com o horário e a expectativa de ter o local para acampar no primeiro dia "meio" certo fez com que relaxássemos curtindo ao máximo a viagem. Fizemos apenas uma longa parada para almoço em um posto de combustível a 35 km da largada e duas outras pequenas paradas para lanche e tomar fôlego.

Bicicletas de cicloviagem carregadas com alforges, apoiadas em frente a uma cachoeira
Bicicletas em frente a cachoeira do acampamento

No final do dia, depois de 8 km de estradão acampamos ao lado de uma cachoeira incrível, e dormimos embalados pelo som do rio caudaloso nas rochas.

O segundo dia foi mais desafiador, novamente saímos às 08:00 e logo na largada enfrentamos 12 km de subida. Tudo correu muito bem durante a manhã, depois da estrada de terra saímos na BR 277, a mais movimentada do estado mas, que conta com acostamento em praticamente todo o trecho. Fizemos uma pausa em uma cachoeira que encontramos por acaso ao vasculhar o Maps.ME.

Eram 13:00 e já estávamos no Recanto dos Papagaios, um local muito agradável e que esperávamos acampar. Almoçamos em uma das cabanas do parque, contudo a ideia de acampar foi abandonada quando a proprietária do camping tentou tirar vantagem de dois cicloviajantes que "estariam" dispostos a pagar o valor que ela pedisse.

Mudamos os planos e pedalamos mais 20 km até a Colônia Witmarsum. Esses 20 km não foram sofridos mas tiveram aquela sensação de esforço que imaginávamos ter durante toda a viagem. Chegamos ao camping já eram 18:00. Montamos a barraca e depois de conhecer a propriedade tivemos uma boa noite de sono.

O terceiro dia era para ter começado cedo, acordamos às 06:00 mas só saímos da tenda às 07:00. Durante o café da manhã tivemos a primeira conexão que as bikes proporcionaram, um casal de kombi que também passara a noite no camping.

Só voltamos a pedalar às 10:30 depois de muito papo com os novos amigos. Passamos na Colônia Witmarsum novamente para visitar o museu e a feira colonial. Foi o dia mais longo da cicloviagem.

Eram quase 19:00 quando chegamos em casa depois de rodar cerca de 65 km com três pausas para alimentação e descanso e muita luta contra o vento que insistia em dificultar o pedal até mesmo nas descidas.


Aprendizados da primeira cicloviagem

Se preparar a cicloviagem foi um desafio, a chegada de volta deixou aquele sentimento de ter acabado muito cedo. A cabeça já ia planejando a próxima viagem de bike.

Nessa cicloviagem pelo Witmarsum percebemos que as preocupações com locais para acampar e onde reabastecer a água no fim não são preocupações e que se resolvem naturalmente ao longo do dia. Mesmo situações que temos como resolvidas e no final precisamos alterar, como foi o acampamento no segundo dia, são simples de resolver quando percebemos a dificuldade tendo algumas horas ainda do dia para contornar.

Casal de cicloviajantes felizes posando em frente a raízes enormes, animados por encontrar local para dormir durante a cicloviagem
Felizes depois de chegar camping

O peso da bike é realmente diferente e o comportamento dela mais ainda. Entretanto com cautela e paciência nos adaptamos. A maior dificuldade não são as subidas, e sim o vento contra que, mesmo fraco acaba estressando por exigir um esforço constante.

O nosso equipamento serviu muito bem. Descobrimos muitas coisas que viajaram em vão. Somente para o transporte adaptado do saco de dormir no guidão que apelamos a um pedaço de vergalhão juntado na rodovia mesmo, no mais foi apenas acostumar com os encaixes dos alforges e a organização dentro deles.

A próxima cicloviagem já estava encaminhada, ficaríamos dez dias na estrada para entender a dinâmica de dias seguidos sobre a bike e otimização do equipamento.

Toda a cicloviagem foi filmada em formato de vlog e pode ser assistida no nosso canal do YouTube.

Se você curte esse estilo de viagem pode nos acompanhar na nossa volta ao mundo se inscrevendo no canal.


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