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Foto do escritorJonas Silva

Observando Baleias Francas

Atualizado: 28 de dez. de 2021

A história desse diário começa por acaso em 2018. Fazíamos uma viagem de longa duração pelo quase desconhecido litoral sul de Santa Catarina, aliás esses diários ainda estarão aqui no site em breve. Foi uma das viagens litorâneas mais apaixonantes que já realizamos, por uma região única, muito diferente do conceito que estamos acostumados relacionar com praia aqui na região sul e sudeste, mas essa é outra história.

Mirante, 2018 nem fazia ideia de que se tratava

Voltando às baleias, estávamos na Praia da Ribanceira caminhando pelos costões e paramos na Praia do Amor, uma simpática enseada de águas tranquilas e rasas, quando encontramos um pescador local. Conversamos por longo período. Durante o bate-papo, nos contou sobre as baleias. Segundo ele a Praia da Ribanceira é o principal ponto de reprodução das franco austral, e deveríamos vir no inverno para avistá-las. Confesso que fiquei duvidoso quanto a veracidade, no entanto o Sr. Keka era convincente, mostrou a plataforma de onde as pessoas ficam observando os cetáceos, nos levou até um mirante no alto do costão e mostrou locais à 100 m da costa onde as baleias eram avistadas.

Nós seguimos o fluxo da viagem e terminamos aquele roteiro em Garopaba do Sul. Acontece que todo ano depois, sempre que estava pensando em algum roteiro durante os meses frios lembrava das baleias.

Família reunida logo após o nascer do sol

Finalmente no fim de 2020 entrei no mundo dessas mocinhas: li sobre as baleias de Santa Catarina, vi fotos, vídeos, tentei contato com Keka sem sucesso; tinha certeza que era chegada a hora de ir. No entanto ainda tinha dúvidas quanto a como fazer, quando, se contratar uma agência ou não, contratar um guia? Boa parte dessas dúvidas esclareci acompanhando o trabalho do Instituto Australis, eles fazem um trabalho fenomenal com as baleias. Também me serviu de fonte de informação o trabalho do pessoal da Argentina, Instituto de Conservación de Ballenas que acompanham a migração das baleias vindas da Antártida.

Em junho tive a ideia de aproveitar as férias do meu pai e levá-los, com minha mãe, para conhecer o mar e ver as baleias. Seria algo inédito para todos nós, e a primeira vez que meus pais estariam no mar. Fiz uma reserva para julho na Praia da Ribanceira, quatro dias aumentando assim a chance de avistá-las.


Baleia Franco Austral

As baleias-franco-austral são mamíferos marinhos que podem chegar a 60 Ton e 17 m de comprimento. Seu corpo é negro e arredondado com a cabeça ocupando um quarto do corpo. Dentre suas características estão as manchas brancas formadas por espessamento da pele que já nascem com o animal e o acompanham durante toda a vida, como essas manchas quase nunca se alteram, elas são usadas para identificar os indivíduos. Outra característica é o borrifo em forma de "V", esse borrifo é formado pela condensação do ar expelido pelas baleias quando sobem à superfície para respirar, o ar aquecido condensa ao encontrar o ar frio externo.

Por serem animais muito tranquilos, inclusive seu nome "franca" tem relação com isso, chegam muito próximo da costa e nadam calmamente nas águas mais calmas das enseadas. No final do verão as futuras mamães baleias saem da Antártica para dar a luz e iniciar a vida dos filhotes na região costeira da Argentina e do Brasil. No Brasil essa região é entre a Praia da Guarda do Embaú e o Farol de Santa Marta. Contudo é na região entre a Praia da Barra de Ibiraquera e Ribanceira que são avistados maior número de indivíduos.

A baleia franca tem uma longa relação com a cultura e economia catarinense, durante muitos anos sua caça/pesca foi fonte de receita para as cidades de Imbituba, Garopaba e Laguna. Felizmente hoje elas são protegidas e trazem recursos por meio do turismo, ainda em desenvolvimento na região.


Dia Primeiro

Dirigimos por oito horas até o km 276 Sul da BR 101 quando entramos no sentido Barra de Ibiraquera. Seguindo da trincheira, contornamos a Lagoa de Ibiraquera pegando a primeira rua à esquerda, saindo direto na beira mar. Continuamos à direita até o canto da Praia da Ribanceira onde fica a casa da riba, nossa base pelos próximos dias. É uma casa enorme, em madeira com uma localização de invejar. Suas janelas frontais e varanda estão voltadas para a praia, nas árvores da frente dezenas de aves fazem seresta, a duas centenas de metros dali estão as dunas da ribanceira, mais perto ainda a plataforma de observação da baleia franca.

Guardamos a tralha e partimos pela trilha à esquerda, nosso objetivo é chegar no mirante do costão onde o Sr. Keka nos levara três anos antes para contar sobre as baleias. Contornamos as pedras, passando pela plataforma de observação, cruzando a Praia do Amor, e subindo a encosta depois de passar uma porteira de madeira.

Chegamos na casinha de madeira, uma construção de três paredes coberta e com uma plataforma de sentar, é o tipo de observatório que os pescadores construíram para vigiar os cardumes de tainha que se aproximam da costa nos meses de maio a junho. Quando avista um cardume o vigia comunica os pescadores na praia que saem com seus barcos e lançam as redes capturando milhares delas e arrastando-as até a praia onde os moradores e alguns turistas fazem a festa com a despesca.

A expectativa era grande, no entanto, não era certeza de avistarmos baleias. Mas foi só parar no observatório e concentrar o olhar um pouco antes do ponto onde as ondas quebram para avistar os primeiros borrifos. Um pouco mais de atenção e avistamos as baleias, de forma ainda confusa pois elas estavam a centenas de metros, mas com o binóculo e a super zoom da câmera conseguimos apreciar o acontecimento.

Nossos olhos brilharam, ficamos o resto do dia observando as baleias. Meus pais e a Bruna estavam concentrados nas baleias e eu fui distraído pela luz do sol, que reluzia na crista das ondas quebrantes ali nas pedras um pouco abaixo. Não resisti e desci até próximo das pedras observar a explosão de cores que os pequenos prismas da água extraem da luz durante a turbulência.

De relance olhei as gaivotas que voavam sobre um pescador nas pedras, suas penas refletiam também um tom dourado. Em alguns minutos já estava com as configurações da câmera alterada perseguindo o voo das aves.

Entretido nem dei conta que os meus companheiros já tinham retornado para a casa. Durante o caminho de volta caminhei pelas rochas já dentro da água e os tons róseos da blue hour chamaram-me a atenção. Me contorcendo e retorcendo o tripé fui encontrando alguns ângulos e fazendo algumas exposições mais longas para divertir um pouco com essa modalidade de fotografia que ainda não desenvolvi muito.


Dia Segundo

Eram 06:00 horas quando saí da casa novamente, logo depois veio a Bruna. Ficamos na orla acompanhando o astro que lentamente emergia longe no Atlântico. Meus pais só vieram quando o sol já começara a subir.

Depois do café da manhã, contornamos mais uma vez o costão até o mirante das tainhas de onde avistamos novamente as estrelas da praia, hoje havia 5 delas nadando com seus filhotes. Como estavam bastante longe resolvemos voltar mais tarde. Começamos então a trilha para a Praia da Água.

O caminho comum para a Praia da Água segue a linha das casas cruzando sobre o morro, no entanto, nós seguimos o costão pela direita. Ainda fizemos uma parada no platô, onde ficamos deitados na grama conversando e observando a água quebrar nas pedras lá embaixo. Em uma oportunidade vimos passar uma franca com seu filhote nadando no sentido Praia do Porto, levaram dez minutos até que desaparecesse da vista.

Descemos as pedras e enquanto minha mãe e a Bruna caminhavam pela trilha demarcada, eu e meu pai subíamos de pedra em pedra fazendo graça. Mais ou menos no meio do caminho a trilha cruza uns banhadinhos encharcados, foi preciso ir saltando de touça em touça para tentar livrar os pés do barro.

Garça-branca-pequena

Assim que passamos a porteira a trilha volta a ficar firme e a poucos metros dali encontramos uma bica de água. Aproveitamos para repor as garrafas e beber um pouco. Quando retomamos a caminhada vi uma garça se esquivando entre as pedras a procura de algum alimento. Com a câmera em punho, deixei meus parceiros para trás e me esgueirei entre as rochas se aproximando da ave. Levou algum tempo até que ela percebesse minha presença, curiosa veio se aproximando, tanto, que até fiquei com vergonha de espreitá-la. Por um momento cheguei a pensar que ela fosse me bicar. Respeitando-a fiquei imóvel por 20 minutos até que a garça afastou-se e pude esticar o corpo.

Quando deixei a garça para trás meus companheiros já estavam descendo para a Praia da Água. Acelerei o passo para alcançá-los. A praia está encravada numa enseada cercada por costões de 40 m de altura, uma pequena faixa de areia com vários filetes de água doce que vertem dos costões avermelhados. No lado direito, já no fim da praia uma bica de água serve de fonte e, talvez, de chuveiro para quem sai da água salgada.

Praia da Água

Subindo o costão atrás da bica nossa próxima parada foi no Farol do Alemão, um antigo artefato de orientação, que hoje não passa de um pedaço de concreto abandonado. Chegamos nele por uma larga trilha, mas o espaço no farol é minúsculo mal coube nós quatro. Depois de alguns minutos avistamos no horizonte uma névoa densa sobre o mar. Mal tive tempo de sobrevoar com o drone o farol e um pedaço da Praia do Porto ali do lado. A nuvem chegou com voracidade. Em segundos tudo ficou branco, já não enxergava mais nada.

Caminhei pela trilha no sentido da rodovia que liga a Ribanceira com a cidade de Imbituba. Lá na frente nos reunimos novamente e juntos caminhamos os 3 km de volta pelo asfalto, literalmente pelo asfalto, pois não há acostamento.

A tarde como a visibilidade era péssima para avistar baleias, aproveitamos para visitar o Museu das Conchas de Itaperubá. O museu é a coleção de um holandês, Sr. Antoine, com 2900 peças, em sua maioria conchas. De todos os tipos, espécies e lugares. O proprietário é uma pessoa a parte, sua paixão pelas conchas encanta qualquer um. Além do acervo, é possível adquirir diferentes peças de artesanato feito com conchas ou até mesmo as conchas.

Saindo do museu passamos em frente ao Projeto Australis para tirar uma foto com a réplica do filhote de uma franca, a escultura fica do lado externo em frente do instituto. Apesar de não estar aberto o projeto para o público, naquele dia, ter uma ideia do tamanho da baleia já foi gratificante. De lá fizemos o caminho de volta chegando à noite já na casa.

Filhote de baleia franca, escultura em tamanho real

Dia Terceiro

Mais um dia que começa muito cedo, antes mesmo de qualquer luz do sol. Saí da casa às 06:00, meu destino era a Praia da Água mais uma vez. No dia anterior alguns padrões na areia e a posição da praia em relação ao sol me chamaram a atenção. Resolvi vir até a praia pela manhã e tentar algumas fotografias.

Dessa vez fiz o caminho comum, desviando o costão pela linha das casas. O caminho é mais curto, o que não significa que seja mais fácil; é preciso cruzar uma cerca de arame farpado, inclusive.

Quando cheguei na praia o sol ainda estava escondido. Enquanto estudava os ângulos escutei grunhidos vindos das ondas. Ao olhar para a rebentação pude observar três cabecinhas lutando contra a fúria do oceano. A onda vinha e jogava os bichinhos na arrebentação, quando eles conseguiam se desvencilhar do turbilhão, mergulhando por baixo da onda, eram pegos pela próxima onda. Uma demonstração de inexperiência marinha. O conjunto de fatos levou-me a concluir que era um animal intruso ali, se de início achei que fossem lobo marinho, agora cogitava serem ariranhas, até pelo grunhido, apesar de eu não conhecer o som dos lobos.

Em um dos golpes de Poseidon uma das criaturas conseguiu se agarrar as pedras. Era um filhotinho. Apesar de seguro contra as ondas chamava desesperado sem saber do restante da família. Resisti trocar as lentes da câmera, confesso que fiquei tentado a ajudar, mas, a regra nessas situações é nunca interfira na vida selvagem. Minutos se passaram e quando resolvi pegar a telefoto para cropar o momento a mãe ariranha apareceu, em segundos os dois mergulharam de volta e sumiram. A mãe aprendeu rápido a vencer as ondas ou coube ao senhor dos oceanos o desfecho. Fato é que não avistei mais os três, nem ouvi seus grunhidos.

Continuei na minha missão fotográfica e depois de não obter muito sucesso paisagístico, era um daqueles dias sem muita inspiração, caminhei até o local onde estariam os padrões na areia.

A água doce que verte no barranco escoa entre as rochas e vai lentamente pintando formas abstratas curiosas na areia branca. São raízes, troncos, galhos tudo depende da imaginação.

Fiz minhas imagens e retornei pelo costão. Já no platô, mirante das tainhas, encontrei a família. Dali fomos para a Praia de Ibiraquera. Eu preferi caminhar pela areia enquanto eles foram buscar a 'gorila' e seguiram de carro.

Ao meio do caminho para a Barra comecei a avistar as baleias se locomovendo, subi em uma das casinhas de observação de tainhas e pude avistá-las. Tentei sobrevoar com o drone mas acabei não tendo o sucesso desejado. Percebi que uma das baleias se movia rápido, com o binóculo vi que tinha uma nadadeira dorsal. Tratava-se, provavelmente, de uma jubarte.

Já na areia novamente encontrei o carro de monitoramento da UDESC, ao me verem com a câmera e a mochila pararam para conversar e verificar o que eu tinha avistado. A pesquisadora confirmou que uma das baleias era jubarte. Caminhei pela areia quase deserta, ao longe avistava o céu colorido pelas pipas do windsurf na Barra de Ibiraquera. O tempo todo via as baleias aspergindo por trás das ondas. Da areia só vemos esse sinal delas e com sorte pequenos pontos negros, pois as ondulações escondem-nas.

Na plataforma principal da Barra meus pais com a Bruna me esperavam. Enquanto fazíamos um lanche minha mãe falou "- olha lá, uma baleia!", pensei que estivesse brincando. Como ela ficou séria me virei e pude vê-la saltando a 1 km dali. Corri para a câmera a tempo de registrar parcialmente mais dois saltos. Foram quatro saltos seguidos, provavelmente uma jubarte, que faz isso com maior frequência. Ela saiu quase por completo fora da água. Foi nossa coroação.

Logo depois passaram por nós alguns casais e quando contamos entusiasmados o ocorrido, meio que não acreditaram, pois nenhum deles tinha visto. Se não fosse a mãe, talvez, nenhum de nós tivesse visto. É uma questão de paciência e atenção.

No final da tarde deixamos a casa mais uma vez, nosso destino agora eram as Dunas da Ribanceira. As dunas estão a cinco minutos de caminhada da casa. Entramos pela primeira rua da vila e ganhamos ali entre as casa mais dois companheiros. Eram cães, um de pelo mais denso e longo meio preguiçoso, deitou logo nos primeiros metros na areia, o outro, amarelo de pelo curto, acompanhou-nos por quase todo o resto do dia.

Meu pai corria, saltava, dava cambalhotas, se divertiu muito na areia fofa. Sentamos na duna mais alta esperar o pôr do sol. Ele veio meia hora depois, foi lentamente pintando o horizonte de laranja até mergulhar de repente atrás das montanhas deixando somente os tons róseos no firmamento. Ainda nesse momento, dessa distância (mais de quilômetro) do mar avistávamos o ar do respiro das baleias. Foi um final de tarde dos sonhos, com meus pais e esposa sentados nas dunas brancas avistando o pôr do sol e ouvindo o oceano.

Pôr do sol visto das Dunas da Ribanceira

Dia Quarto


Nasce do sol no canto da Praia da Ribanceira

Como avistamos as francas nos três dias anteriores a ansiedade era bem menor. Fomos ver o nascer do sol e voltamos para a casa. Quando saímos para o mirante já se iam 09:00. Nesse dia ventava bastante a ponto de comprometer a visualização, pois as ondas tinham aumentado muito. Depois de algum tempo sem avistar nada, resolvemos ir a Laguna conhecer os golfinhos.

Laguna está a poucos quilômetros dali de forma que chegamos lá para o almoço. Escolhi voltar em um restaurante que comemos a dois anos atrás, eles fazem o melhor marisco empanado que já experimentei. Aproveitamos para conhecer o centro histórico e passar na Fonte da Carioca, confirmando o dito popular "quem bebe uma vez da água da carioca sempre volta a Laguna"; até agora deu certo.

Depois, fomos até o molhes, dessa vez o carro precisou ficar no começo da construção, e tivemos de caminhar os quase quatro quilômetros oceano adentro. Durante a caminhada meu pai chamou a atenção para um animal deitado nas pedras. Fomos ver. Acredito ser um lobo-marinho bastante cansado, tanto que nem se importou com nossa presença, malmente abriu os olhos e deu uma bocejada.

Fomos até o farol onde observamos vários botos, biguás, gaivotas e andorinhas caçando nas ondas. Umas das ondas quebrou com força dando um banho em todos. Grudentos da água salgada retornamos pelo molhes.

No meio do caminho paramos para acompanhar a pesca com os golfinhos. Os pescadores ficam dentro da parte rasa com suas tarrafas preparadas. O golfinhos nadam no canal reunindo as tainhas em um cardume. Num momento eles repontam os peixes para a parte rasa onde os pescadores esperam. Então a tarrafa é lançada e as tainhas que fogem dos botos precisam de muita sorte para não serem capturadas pelos homens. Essa espécie de comensalismo é tombado como patrimônio cultural de Laguna, o assunto é tão sério que os pescadores conhecem os golfinhos pelo nome.

Nossa próxima parada foi a Ponta do Gi local onde fica a curiosa Pedra do Frade. Chegamos quase na pedra de carro, o vento ainda castigava a ponto de nos forçar a retornar logo. Apesar de ser um bom local para ver as baleias, também não as vimos ali devido a quantidade de ondas causadas pelo vento. Quando chegamos novamente na vila a noite já estava caindo.


Dia Quinto

Era nosso último dia, então queríamos aproveitar. Dessa vez optamos ir nas casinhas ao longo da Praia da Ribanceira. Nem saímos da vila, o sol acabara de subir e já avistamos as primeiras baleias. Paramos o carro e corremos para a casinha. A menos de cem metros da areia, vimos uma, outra e mais outra, na empolgação contamos sete todas muito perto, cada uma com seu filhote.

Infelizmente uma delas tinha uma rede enroscada nas calosidades. Não tive dúvidas e liguei para o Instituto Australis, mandei fotos para eles que ficaram de averiguar. Felizmente duas semanas depois eles nos avisaram que a rede se soltara sozinha.

Ficamos encantados ainda mais com o que presenciávamos. Íamos de casinha em casinha ficando próximos de uma e de outra família. Numa dessas oportunidades ergui o drone e sobrevoei três delas. Tomei todo o cuidado para não se aproximar mais de 30 m, uma distância de segurança e indicada para não estressá-las.

Nessa adrenalina toda nem percebemos o tempo passar, tanto que quando demos conta já eram 11:00. Meus pais e a Bruna resolveram voltar pela praia, a mim coube carregar a tralha e levar o carro. Aceitei numa boa, mal sabia eu que tínhamos caminhado um quilômetro pelas dunas, acabei dando duas viagens para levar tudo; câmera, tripé, cuia de chimarrão e térmica, blusas etc.

Com essa enxurrada de emoções terminamos nossa viagem de batismo observando os cetáceos. Foi uma experiência incrível, tanto ver as baleias como ter o prazer de levar os meus pais em uma das nossas viagens.

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